quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Acampamento de Carnaval - Seroa


Este ano o destino do acampamento de carnaval foi o campo escutista de Seroa .
A boa disposição do agrupamento e do clã notava-se antes da partida, estava tudo com vontade de ir acampar, no entanto havia um casmurro que só dizia que para domingo e segunda dava temporal. Ninguém lhe ligava, o sol batia, pouco, mas batia. Uns confiantes, outros com receio, lá seguimos todos para o campo escutista. Entre descarregar material e mochilas, fizemos a inauguração de campo.



Começamos então as construções as onze horas, entre paus e piadas, lá fomos adiantando as construções a um ritmo fascinante. Decidimos parar para almoçar ao meio-dia e já tínhamos a mesa pronta, faltava-lhe era os bancos.
Depois de almoço voltamos ao trabalho, mas alguns de nós tiveram de ajudar os exploradores nas construções. A meio da tarde as coisas já estavam adiantadas, tínhamos uma cozinha eficaz e simples e uma mesa segura, o suficiente para um acampamento de carnaval.


Como foi um acampamento de carnaval, decidimos proteger tudo com toldes na esperança de prevenir que chovesse nas nossas construções. A tarde acabou em beleza com tudo pronto e direitinho, não custou muito pois todo o clã trabalhou, até mesmo a secretária a atender telefonemas o dia todo.
Jantamos na nossa mesa firme e segura um belo caldo verde e de seguida fomos ajudar os lobitos num jogo nocturno. Entre gritos e correrias seguiram-se os exploradores com o seu jogo nocturno no qual nos ajudamos também.

O primeiro dia correu lindamente, nada de grave, todos pensavam que ia ser um bom acampamento. Com essa esperança seguimos todos para a tenda e adormecemos a sonhar com um acampamento perfeito. Mas acordamos com outro tipo de pensamento e barulho, chuva e vento, demasiada chuva e demasiado vento, as nossas tendas aguentaram-se, os nossos toldes também, mas como é normal, as coisas da segunda não se aguentaram. Mas mesmo assim prosseguimos para a celebração da palavra no pavilhão onde pernoitaram os lobitos. Entre a expressão de fé de todos os nossos irmãos escutas, começou a chover torrencialmente e obviamente o receio do que poderia acontecer começou a preencher-nos, principalmente aos mais velhos. No fim da celebração da palavra procedemos a evacuação dos campos e foi decidido que iríamos pernoitar no pavilhão juntamente com os Lobitos e os Exploradores. Seguimos então à preparação do almoço, que seria cozinha selvagem. Como o tempo não nos permitiu fazer uma coisa tão selvagem, pegamos num fogareiro que pertencia ao campo escutista e começamos a queimar lenha para podermos cozinhar lá, tarefa que não foi fácil . Com as tendas desmontadas e tudo pronto, descansamos um pouco no pavilhão enquanto dávamos os últimos toques na peça do fogo de concelho. Com o estômago a suplicar por comida, lá fomos comer uma massa à bolonhesa, mas que massa !! De seguida veio o fogo de concelho, e com tanta chuva, teve de ser no pavilhão.


Com uma fogueira desenrascada, o fogo de concelho começou com a apresentação da Joana do Clã e da Salomé da Comunidade ( Pioneiros ) . Entre risos e gargalhadas, o fogo de concelho tomou o seu rumo, e acabou com a peça do clã sobre as leis do escutismo. Quando acabou o fogo de concelho não foi sinal que tinha acabado o trabalho, nada disso, com muito orgulho e vontade o Clã prosseguiu para a limpeza das casas-de-banho, coisa tão fascinante que já valeu a pena acampar, mas calha a todos.

Com um pouco de convívio e de conversas mais sérias prosseguimos para o pavilhão para pernoitar.
Segunda-feira, último dia do acampamento.Como já tínhamos desmontado tudo no dia anterior, pouco restou para fazer no último dia, almoçamos uns belos cachorros, e ajudamos na limpeza da cantina, pavilhão e casas-de-banho. Com a chegada do autocarro e do camião, começamos a carregar o material e as mochilas, entretanto estava tudo pronto para partir daquele campo escutista. Muitos com cara de desiludidos pois esperavam mais daquele acampamento, outros com cara de contentes, porque apesar de tudo puderam passar três dias com os seus irmãos escutas no meio do campo. Havia um pouco de tudo, mas de certeza que todos os escuteiros do Agrupamento 575 São Félix da Marinha irão manter na memória este acampamento de carnaval no campo escutista de Seroa .



terça-feira, 15 de janeiro de 2013

ANIVERSÁRIO DE AGRUPAMENTO

No passado fim de semana comemoramos 17 anos de existência do escutismo em S. Félix da Marinha.

Vejam as fotos no link:

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

domingo, 22 de março de 2009

RAID - Cabanas de Viriato

Cabanas de Viriato


Para se ser caminheiro, há algumas coisas que necessitam ser feitas. Não se é marinheiro se nunca se foi ao mar. Nós fomos. Ao caminho, naturalmente.

Tudo começou muito cedo. Em relação a sábado, porque começamos na sexta. 23h30 e o clã, quase todo, estava pronto para ir. Sim, era a hora marcada. Apesar de a pontualidade ser uma das coisas que se vai perdendo, naquela sexta houve esperança.

Fomos para a estrada. Havia uma hora marcada com o Sr. Augusto, presidente da Sra. Freguesia de Beijós. Faltamos a essa hora. O nevoeiro foi a desculpa (ou a culpa?), mas, graças à grande simpatia daquele homem, ainda podemos dormir (pouco) minimamente bem. Vontade de alterar horários. A hora programada para levantar era às 5h (da manhã). E acabou por ser usada. Para acordar. Pormenores à parte, lá fomos. Como? Incrivelmente rápidos e resistentes. Par onde? Para o Sul, naturalmente. Porque comprar 2 cartas topográficas é caro. E escuteiro sabe poupar.

Cabanas do Viriato. Quem disse que o destino final tem que estar no fim? É o nome que acabei de dar que determina a ordem cronológica? Rebeldia ou não, fomos primeiro ao destino final. Pode ser confuso, talvez até estúpido, mas na hora fez sentido. Ou isso, ou final não é bem o nome que se deve dar a um destino.

Vimos a casa de Aristides de Sousa Mendes. E sentimos também. Reparamos que ele tinha de andar devagar pela casa, afinal, aquilo estava um bocado podre. A Teresa quase caiu, outros quiseram desafiar a Física, mas à saída, estávamos todos vivos. E felizes por só se ter visto “Perigo de derrocada” no final. Porque senão, iríamos ignorar um aviso. Assim simplesmente estávamos a pesquisar na ignorância.

Chegamos a todos os lugares antes das horas programadas. Excepto a um: O rio. O rio tem uma história engraçada. Duas pessoas, muito desocupadas e com sérias perturbações, viram que, era capaz de dar para descer para o rio, a partir de um sitio totalmente aleatório. “O rio vê-se daqui, porque não?”. Um deles vira-se para trás “ ‘Bora por aqui?”. Alguém responde: “vamos” e os outros se não responderam foi porque não quiseram, ou não se ouviu, porque realmente, lá fomos.

Os primeiros 10 minutos foram fáceis. Mas o rio ia ficando mais longe. E mais baixo. Não se sabia bem porquê. O caminho começou a complicar, eram rochas, ou buracos, ou espinhos. O resultado final não foi nenhuma obra elegante. Uma vara deficiente, umas pernas mal tratadas, uns desabafos e umas rezas de agradecimento. Foi preciso explorar, acalmar, parar, confiar e coragem. Coisas que, hoje em dia, dão trabalho e que faltam, mas que sem elas, não se conseguia um corte de 2 horas.

Merecido rio! Vamos a um mergulho? CLARO. Ok, está fria. Mas agora que se chegou aqui… temos de mergulhar. Foram os mais corajosos, quem ficou em terra teve direito a umas gargalhadas. Expressões não fotografadas, gritos de esquecer. Água fria…. Faz bem aos ossos mas mal à coragem. 1 ou 2 mergulhos, 3 ou 4 sabonetadas, mas lá se esteve por aquele rio, difícil de alcançar, de mergulhar, mas fácil de contemplar. Perto de Espanha… Tínhamos de o fazer. Uma sesta. Sentir o inicio da primavera e descansar um pouco do esforço prestado. Merecemos, mas mais do que isso, quisemos.

E toca a voltar. Sabíamos a direcção, não o caminho. Não tínhamos noção que estávamos tão longe do próximo destino (Carregal do Sal, concelho daquela região). Tínhamos de subir. Mas também um horário a cumprir. Mas não era um horário qualquer. Era mais um compromisso. Telefonou-se ao Sr. Augusto e foi dito (e passa-se a citar): “Vamos chegar cedo”. Bem, alguma boleia para a subida. Pelo menos até Carregal do Sal. A sorte estava do nosso lado, a Rita também. Fomos num tractor.

Só faltavam uns 14 Km. Só. E havia umas 2-3horas para o fazer. Fácil, diriam. Claramente. Não fosse aquela descida psicadélica uma droga da vontade, mas que causou ressaca. Mas fomos. Acelerados. Não íamos falhar com aquele homem mais uma vez, não não. Escuteiro de S. Félix não falha 2 vezes seguidas com a mesma pessoa. E toda a gente se esforçou. Mas, nos últimos minutos, alguém diz “Vão vocês à frente que aqui a traz precisamos de abrandar”. E foram. Foram com coragem. Agora a missão era ainda maior. Representar todo um grupo. Responsabilidade dobrada, velocidade também. Meia corrida, meio passo. Os pés gritavam, as bolhas esquentavam, o coração acelerava. Vontades de desistir, rostos cansados, t-shirts suadas. Mas chegamos! À hora!

Horários compridos, vontade feita, missões realizadas. Um descanso merecido. Era unânime. Acordamos a horas. Uma missa próxima do nosso local, mas também das pessoas. Comprimentos, informalidade. Já sabiam quem éramos, de onde vínhamos. Uma casa construída em 1 dia e meio. Que custou abandonar. Uma promessa, um vinho por brindar e um bom almoço. E assim, colocamos reticências neste fim-de-semana de conclusões.

Quando houver 2 caminhos para escolherem, não escolham o mais fácil, ou mais difícil. Escolham aquele que toda a gente pode participar. Ou com um desabafo, ou com uma necessidade de ajuda, ou com espírito aventureiro, não importa com que colaboram.

E por mais que se caminhe, ou se pare, o importante não é onde, ou para onde, mas com quem. Há coisas que não se aprendem a andar, nem parados, nem na casa dos outros. No fundo, qualquer lugar é bom para se estar. E o lugar para o qual se deve regressar, é aquele em que pensam em nós. E o Senhor Augusto, nem que seja por um fim-de-semana, não parou de o fazer.

A ele, obrigado.


domingo, 1 de fevereiro de 2009

RAID - Sernada do Vouga


Destino: Sernada do Vouga

Peregrinos: Tiagos, Rita, Pedro, Linton

Missão: Preparar o(s) novo(s) peregrino(s) para a sua promessa.

Estado: Concluído

Se tivéssemos feito um diário de bordo, provavelmente este estaria todo molhado e não seria possível lê-lo. Assim como, se tivéssemos apanhado o comboio a horas, provavelmente não apanhávamos o vouguinha. A Rita agradece o segundo, os rapazes agradecem o Primeiro.

O dia de sábado começou bem. Quando se começa a actividade antes das 3h30 há muita confusão. Uns pensavam que se começava no dia anterior, outros no próprio dia, mas com calma, conseguimos todos concluir que era no sábado a partida, mas a hora escapou a um dos elementos. Pneu furado, dizia. Esperamos todos. Só havia 2 vouguinhas. De manha e ao final da tarde. Perdemos o da hora fina, apanhamos o da hora pobre. “Ai… só havia 2? E agora o que vamos fazer? Não acredito”. Disse o elemento atrasado. “Hehe, afinal não apanhávamos. O comboio que queríamos apanhar teve um problema em Silvade”, disse, depois de obter essa resposta no subterrâneo da nossa primeira paragem. Ficamos por Aveiro.
Decidimos desenvolver as capacidades de improviso. Procuramos um meio de transporte alternativo mas sem sucesso. Era uma terra estranha (e continua a ser). “Não me digam que vamos almoçar por cá”, pensaram, talvez, 2 ou 3. A resposta foi afirmativa.
Descobrimos, em Aveiro, o restaurante ideal. Num cais de pequenos barcos. Comemos com as ondas feitas por nós, tivemos de confiar que ninguém ia mandar nenhum elemento à água. Mas não confiamos que ia uma vara.
Aveiro é uma cidade bonita, mas monótona. Sabíamos, da nossa recolha de informação, que o Vouga para a “nossa” terra só iria partir em algumas horas. Mas, achamos que Águeda seria o destino ideal para esperar esse Vouga.

Fomos à descoberta de Águeda e que grande descoberta. “Olhe, sabe como se vai para o museu?”, “Ei, espere, você é chefe?” Quem diria que furar um pneu dava tanta sabedoria. Descobrimos um chefe.
Em plena Águeda, um chefe. Apontou-nos a sua sede, convidou a irmos lá, mas, antes, tínhamos o museu para visitar. O museu possuía um horário só dele. Desistimos, vencemos um lutador que achamos no chão, demos espectáculo e fomos visitar o agrupamento de Águeda.
Era por volta do inicio da actividade de onde viemos (à qual, os rebeldes, obviamente, faltaram) e nós a visitar outro agrupamento. “Ai e tal mas para ir para Itália”. Ficamos uns a olhar para os outros. Certamente, seria a sua Sernada do Vouga. Não entendemos muito bem. Falavam em coisas com asas, capazes de voar e em formas de angariar fundos. Uma festa de carnaval com um papel diferente dos nossos. Não tinha as palavras Bifanas, Cachorros e Caldo Verde. Achamos estranho e um dos elementos do Clã de Águeda afirmou mesmo “Então vão se embora” com um sorriso. E fomos, mais tarde que esse anuncio.
Visitar um Jardim aconselhado por um agrupamento, explorar e de volta à estação. Lá conhecemos 3 pessoas curiosas, mas muito simpáticas. Adriano, Dante e um leitor de Jornal a qual escapou o nome. Enquanto vimos alguma simbologia do clã, estes, que vieram mais tarde, perguntaram-nos, curiosamente, sobre alguns símbolos. Respondemos. Jogamos também cartas com eles. Foi interessante, porque, mais uma vez, havia sempre alguém morto no jogo do costume.

Sernada do Vouga, enfim. Terra bonita para ver de Noite e ouvir lamentos de “não vamos por ai”, “Ai, por ai não”, “Tem aqui bichos?”, “Falta muito” e conclusões brilhantes como “Está a chover”, “Está escuro”. Apanhamos chuva, orientamo-nos pelo escuro, voltamos a trás, sentimos, esperamos, acompanhamos. Quem diria que a noite assustava, mas aproximava? Quem diria que a chuva molhava, desmoralizava, mas aquecia? Naquela noite, isso não importou. Seguimos para uma experiencia nova.
Em uma média maior a 10 anos de escutismo, nenhum de nós tinha montado uma tenda a chover bem. Foi a altura ideal. E conseguimos sobreviver a noite toda, com um fogão espectacular e um cozinheiro à altura. Experiencias novas, num lugar novo com uma chuva como música de fundo e as palavras a voz que acompanhava essa melodia.
Acordamos. Havia uma coisa ainda por fazer. Alias, duas. Uma era afiar os dentes do Tiago Rodrigues, necessários para a próxima tarefa. Uma vara. Uma vara que, consideramos especial. Foi abençoada por uma das maiores noites de chuva que alguma vez tivemos, cortada por dentes, canivetes e baptizada.

Hora de voltar. A saudade era grande. Demoramos a desmontar a tenda, a arrumar tudo… A sair daquele local que de noite era tão estranho e de dia tão acolhedor. E voltamos, sempre naquele espírito de quem faz as coisas porque gosta. Porque quer e por vezes é complicado poder, mas esforça-se. Que não se importa de tomar decisões em conjunto, e, em equipa, decidir o melhor caminho a seguir e ser caminheiro.

As frases mais interessantes que ficaram foram:

“Onde acaba a estrada, começa o caminheiro”

“Ainda há sonhos que se transformam em realidade . Venha falar connosco.”